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Paisagens do Vale

A essência de Nova Petrópolis, como seu próprio nome sugere, está gravada em suas paisagens. Engana-se quem pensa que a beleza da cidade se revela apenas nas estradas que conduzem ao Stadtplatz. A poucos passos do vibrante centro urbano, a natureza se desdobra em uma magnitude que abraça e define o nosso município.

Muito antes da chegada dos colonizadores europeus, a paisagem já era protagonista. O que poucos imaginam é que o cenário que hoje admiramos foi moldado, em grande parte, pelos primeiros habitantes deste território, cujas raízes remontam a mais de 6.000 anos. Esses povos ancestrais, antepassados dos indígenas, viviam da caça, pesca e coleta, e suas práticas nômades foram fundamentais para a dispersão de inúmeras espécies vegetais pela região.

Ao longo dos séculos, a araucária se destacou nesse processo. Seu fruto, o pinhão, foi a base alimentar dessas populações e, mais tarde, tornou-se um recurso econômico vital para seus descendentes, o povo Kaingang. Quando os imigrantes alemães chegaram, depararam-se com uma floresta densa desses pinheiros, cuja madeira robusta foi a matéria-prima para suas primeiras moradias, carroças e ferramentas, unindo a necessidade de sobreviver à técnica trazida da Europa. Um testemunho vivo desse legado ancestral é o Pinheiro Multissecular, um monumento natural em Linha Imperial.

Os vales profundos que hoje contemplamos também foram o lar de outro povo: os antepassados dos Guaranis. Eles deixaram uma herança botânica e gastronômica duradoura, introduzindo alimentos que foram incorporados às deliciosas receitas dos descendentes de imigrantes. Esta antiga ocupação se concentrou onde hoje conhecemos como Linha São Jacó, ao longo das margens do arroio Santa Isabel.

Com a chegada dos imigrantes, a paisagem foi transformada pela agricultura e pecuária. Mesmo assim, a identidade visual da região permaneceu marcada pela presença imponente de araucárias e jerivás. São elas que, até hoje, pontuam os vales e montanhas, criando um cenário inconfundível.

O turismo floresceu com a abertura da BR-116 na década de 1940, então chamada de Estrada Federal. Atraídos pelo clima serrano, os primeiros veranistas chegaram em busca de ar puro e novas experiências. Além das festas e da culinária típica, o que sempre os cativou – e continua a cativar – foi a oportunidade de contemplar nossas deslumbrantes paisagens.

Relato de Uma Moradora

“Aproximava-se a época do Natal e a angústia dos meus pais aumentava dia a dia. Na véspera da grande festa, tão cara ao povo alemão, meu pai desapareceu na floresta. Algum tempo depois, voltou com um pinheirinho brasileiro! Nós o enfeitamos com musgo e flores silvestres e, à noite, as velhas canções de Natal ecoaram pela primeira vez naquele ranchinho perdido na floresta”. (DEPPE et al. 1998, p.87-88)

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