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Casas enxaimel da rua Coronel Alfredo Steglich

Por um longo período, a rua para a qual essas casas estão voltadas foi a principal via da cidade. Seu nome era Presidente Lucena, e por esse caminho passaram muitos viajantes, como comerciantes, lavradores e turistas. Atualmente, ela se chama Coronel Alfredo Steglich, em referência a um indivíduo que armou a cidade contra investidas de bandoleiros ocorridas durante o período da Revolução Federalista (1893–1895).

Há indícios de que técnicas semelhantes ao enxaimel já eram utilizadas pelos etruscos, na península Itálica, há mais de 2.500 anos.

Essa técnica consiste em criar um esqueleto de pilares e vigas de madeira que, preenchido com algum material, forma uma parede com boa sustentação. Vale destacar que as peças de madeira são apenas encaixadas, sem o uso de pregos ou parafusos. No caso de Nova Petrópolis, a técnica chegou alguns anos após o início da colônia, principalmente devido à tendência dos alemães na região de construir dessa maneira — forma que varia em diferentes lugares.

Os imigrantes que chegaram aqui, primeiramente, tiveram que improvisar habitações com os materiais disponíveis. Construíam casas com as madeiras que encontravam e com a taipa, que é um aglomerado de pequenas rochas, normalmente usada em muros encontrados no interior, em torno de fazendas ou cemitérios. Um exemplo próximo é o muro que delimita o Parque Aldeia do Imigrante.  

A partir da década de 1870, a técnica foi introduzida na região, e, nos anos seguintes, foram construídas mais de uma centena de casas, que encontramos por todo o território. Normalmente, encontramos dois tipos de disposições: uma, que contém grandes pilares inclinados que vão da base ao topo da parede (como as casas aqui presentes), e outra, em que há uma viga que atravessa a metade das paredes.

Essas duas casas são exemplo da técnica enxaimel legítima, diferenciando-se da maior parte das construções do Stadtplatz atual. No centro, encontramos muitas estruturas normalmente identificadas por arquitetos como neoenxaimel ou pseudoenxaimel, que são imitações dessa técnica. Entre essas imitações, é comum encontrar pinturas que simulam as madeiras ou pequenas tábuas aplicadas externamente às estruturas.

Relato de Leonda Elvira Hillebrand

“ Meu pai, quando ainda jovem, participou da construção de muitas casas. Toda a madeira tinha que ser falquejada ou cortada a mão (...). O pessoal de antigamente era muito divertido. Nos tempos dos meus avós, as mulheres ajudavam a serrar na grande serra de cortar tábuas, e ajudavam para construir ao menos sua casa (...). Eles cantavam, ninguém se lamentava’’.(DEPPE et al. 1998, p.95)

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