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Antiga Casa do Médico e Hotel Petrópolis

Além das diversas preocupações que surgem ao explorarmos e ocuparmos terras desconhecidas, um dos principais problemas é o distanciamento dos núcleos populacionais, o que limita o acesso a condições básicas da vida, que, em comunidade, já poderiam ser encontradas no século XIX. Uma delas era a falta de acesso à saúde, ou até a um médico local.

Esse contexto era o que os primeiros imigrantes enfrentaram aqui, um cenário que se agravava ainda mais com surtos de doenças que condenavam os mais fracos e desnutridos. Há relatos de diretores da colônia, preocupados não apenas com a miséria, mas também alertando sobre os surtos de doenças provocados pelas más condições de vida, desconhecimento sanitário, desnutrição e proliferação.  

Com o início dos anos 1900, Nova Petrópolis já se encontrava de maneira mais estruturada e começava a receber seus primeiros hospitais e hotéis. A partir da década de 1940, muitos turistas começaram a chegar à região.

Observando esses dois prédios, um deles foi a Prefeitura de Nova Petrópolis e o outro, o Hotel Petrópolis. Um respeitado professor da comunidade, chamado Renato Urbano Seibt (in memoriam), dizia que eles foram reconstruídos pela iniciativa do Sr. Antônio Seibt entre 1934 e 1935. Antes de suas construções, havia dois prédios de madeira que correspondiam ao hotel e ao hospital, mas, em 1933, foram incendiados criminosamente. Na Casa do Médico, como diz o próprio nome, funcionavam um consultório, um ambulatório e uma sala de cirurgia, os quais eram utilizados para atender à população. O curioso, como ele comenta, é que:

“(...) a sala de cirurgia tinha uma porta de comunicação com a cozinha do médico... Os instrumentos eram esterilizados nas panelas, pois não havia autoclave! Nos casos mais graves, quando o médico e sua assistente não davam conta, a esposa era convocada e largava os afazeres no fogão para auxiliar nas cirurgias...” (Jornal A Ponte, ed. Jan.1994, p.32)

Não é à toa que o hotel fica ao lado da casa. Nos primeiros anos de funcionamento do hospital, era para lá que os enfermos eram transportados, de maca, até os quartos do hotel. Essa parceria durou até a década de 1940, quando os pacientes passaram a ser transportados para uma casinha de madeira, que ficava no outro lado da rua. No início, o hotel era chamado de 'Grande Hotel Seibt'. Em 1936, o hotel passou a ser propriedade de Kurt Kaiser e Amanda Kaiser. Hoje, é conhecido como Hotel Petrópolis, e a edificação pertence à família Becker.

Após sua desativação, a Casa do Médico foi cedida ao poder público e utilizada como subprefeitura de Nova Petrópolis, quando ainda fazia parte de São Sebastião do Caí. Com a emancipação da cidade em 1955, passou a ser a prefeitura. Nos anos seguintes, abrigou diversos setores do poder público, mas, atualmente, retoma a sua função original, abrigando a Secretaria de Saúde e Assistência Social.

Em todos esses anos, não houve nenhum documento que formalizasse a Casa do Médico como posse da prefeitura. Foi apenas em 2024, por usucapião, que o local passou oficialmente a ser propriedade do poder público.

Relato de Felipe Stahl

“(...) O pessoal se ajudava mutuamente(...). Naquela época não havia empregados(...). Em casos de doenças as pessoas vinham ajudar de graça’’.(DEPPE et al. 1998, p.155).

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